A bíblia nos apresenta Deus
como “o Pai das misericórdias, Deus de toda consolação” (2 Cor 1,3b) e nos diz
que Ele é “rico em misericórdia” (Ef 2,4). O Apóstolo Filipe pediu a Jesus que
mostrasse o Pai, Jesus respondeu: “Aquele que me viu viu também o Pai” (Jo 14,9),
ou seja, toda riqueza do “Pai das misericórdias” se revela em Jesus. O ápice da
misericórdia se deu no mistério pascal: Cruz e Ressurreição. São João Paulo II
nos diz na encíclica Divis in Misericordia que “a cruz é como que um toque do
amor eterno nas feridas mais dolorosas da existência terrena do homem” (p. 45).
Afirma ainda que “na sua ressurreição Cristo revelou o Deus do amor misericordioso”
(p. 48).
São João, o discípulo amado,
mostra-nos a ação poderosa de Cristo Vivo e Vencedor sobre o pecado e a morte
quando escreve que “Jesus veio e pôs-se no meio deles” (Jo 20,19), com isso “os
discípulos alegraram-se ao ver o Senhor” (Jo 20,20). Provavelmente estivessem
participando da Santa Missa! Jesus quis transmitir a nós mesma alegria dos
discípulos quando pediu a irmã Faustina, em 1931, que fosse pintada a imagem de
Jesus Misericordioso: “Eu desejo que haja a Festa da Misericórdia. Quero que
essa imagem, que pintarás com o pincel, seja abençoada solenemente no primeiro
domingo depois da Páscoa, e esse domingo deve ser a Festa da Misericórdia”
(Diário 49).
A dimensão teológica
apresentada por Santa Faustina está intimamente ligada ao Evangelho. Aquele
mesmo Jesus da Cruz e da Ressurreição deseja aparecer ao mundo contemporâneo
como “refúgio e abrigo para todas as almas, especialmente para os pecadores”
(D.699). Noutro momento de intimidade entre Santa Faustina e Jesus fora
revelado uma angústia do Redentor a cerca da salvação das almas: “As almas se
perdem, apesar da Minha amarga paixão. Estou lhes dando a última tábua de
salvação, isto é, a Festa da Minha misericórdia. Se não venerarem a Minha
misericórdia, perecerão por toda a eternidade ” (D. 965)
Existem condições
específicas para gozar os grandes dons da Misericórdia Divina. A primeira é
confiar na bondade de Deus, depois ter amor ativo para com o próximo (Mt 5,7) e
encontrar em estado de graça santificante (após a confissão) dignamente
recebendo a Sagrada Eucaristia. Veja como há semelhança com João 20! Jesus
revela que “Neste dia, estão abertas as entranhas da Minha misericórdia.
Derramo todo um mar de graças sobre as almas que se aproximam da fonte da Minha
misericórdia. Que nenhuma alma tenha medo de se aproximar de Mim, ainda que
seus pecados sejam como o escarlate (D. 699)”
“Vem haurir graças dessa
fonte com o vaso da confiança.” (D. 1485)
Jesus, eu confio em Vós.
Lucivan dos Santos de Assis
Presidente da RCCPI