Olá, amados irmãos!
Ou
como diria Vinícius Simões (presidente do Conselho Nacional da RCC Brasil),
parafraseando Katia Roldi Zavaris (coordenadora do Serviço Nacional de Comunhão
– CHARIS BRASIL), “Olá, querida Família Carismática!”
Bendito
seja Deus! Mais um ano se inicia, “um ano
de graça da parte do Senhor” (Is 61, 2) e com ele a renovação do chamado
de Deus para nós. De fato, a Renovação Carismática Católica sempre se destacou
por ser um movimento que, continuamente, promove atividades evangelizadoras com
“renovado ardor missionário”. Visto isso, não nos é estranha a meditação sobre
a seguinte expressão:
“Consumir-se
como vela no altar”
Quase
que unanimemente, aqueles que um dia fizeram uma experiência pessoal com o
Senhor, em um Grupo de Oração ou em outros serviços e eventos, dentro da
Renovação, já ouviram a frase “Só por ti, Jesus!” referindo-se a alguma missão,
ou já rezaram com a belíssima canção de Eugênio Jorge (cantor e compositor,
fundador da Missão Mensagem Brasil) que diz: “[...]Como vela que queima no altar, Me consumir de amor”.
Diante
disso, a reflexão que surge é: Com que VERDADE temos declarado isso?! Como dito
anteriormente, há pouco iniciou-se um novo ano. Para o calendário civil,
significa um tempo de “descanso” para o “recomeço”. Um tempo de ócio para
reorganizar os planos e projetos, as atividades e os calendários. Para nós,
servos e amados de Deus, não funciona bem assim! É certo, que os calendários de
atividades dos nossos grupos de oração foram ou estão sendo formados nesse novo
ano “para que o mundo seja batizado no
Espírito Santo” (Vinícius Simões). Porém, diferente do mundo, não possuímos
o nosso tempo de “ócio”, nesse contexto, o ócio da vida missionária, pois como
nos manda o Senhor, devemos estar vigilantes, por que não sabemos o dia nem a
hora de sua vinda (Mt 25, 13) e assim vamos vivendo um ciclo interminável de
experiências com Deus, sejam elas pessoais ou missionárias, dentro ou fora do grupo
de oração. Como dizem os familiares e amigos dos Carismáticos: “Uma missão
atrás da outra”.
Que
benção! Sei que você está pensando junto comigo: “Quem dera eu ter mais horas no dia”. Contudo, tal situação, por
vezes, tem se tornado, ao contrário do esperado, causa da automatização do
nosso sim à Deus. Isso pode acontecer por inúmeros fatores como: A falta de
humildade no serviço, o acumulo de muitas atividades, o cansaço físico, a falta
das práticas espirituais, entre outras. Porém, arisco-me a dizer que a maior
das causas dessa automação é a falta do Temor à Deus. A cada missão assumida
corremos o risco de nos esquecermos do real sentido da vela consumida no altar,
da promessa do Senhor, “Já não vos chamo servos, mas chamei-vos amigos” (Jo
15,15), confundindo o “Consumir-se” com o “Cansar-se”.
Consumir-se como vela no altar é estar inteiramente disposto a se
desfazer de si para fazer o que agrada a Deus. Fazendo uma análise, é possível
perceber que, ao contrário de apenas preencher a vida de atividades (sejam
estas missionarias ou não) consumir-se é deixar-se ser transfigurado pelo
Senhor e por causa disso, assumir uma missão.
A
analogia mais lógica a se fazer é: assim como as velas que são postas no altar
da Santa Missa vão se “gastando”, através do pavio em chamas que aquecem a cera
endurecida, até o ponto de mudar seu estado físico e transforma-la em cera
líquida, quando permitimos que o Senhor, “que
é um fogo devorador” (Dt 4, 24) aqueça nosso coração, o desejo de “gastar”
a nossa vida pra Deus surge naturalmente, a partir de então, a cada dia vamos derramando
um pouco mais de nós no Senhor, através da intimidade e do sim que damos as
missões que Deus nos confia, até atingir o nível máximo de se derramar no
Senhor, que é a vida eterna!
Por
isso caríssimos, animemo-nos em viver um Pentecostes perene, a cada dia e em
cada missão, o nosso serviço deve ser uma resposta de amor ao Amor que Deus
deposita em nós. Sejamos ousados em assumir com verdade essa expressão tão
proxima a nós e, de fato, consumirmo-nos como vela no altar, pois “são felizes as vidas que se consumirem no
serviço da Igreja.” (Santa Teresa D’ávila).
Um cheiro e Deus os
abençoe!
Maria Clara Santos de
Sousa
Assessora de Dança e Teatro da RCC Piauí